Atiradas ao vento,
Recolhidas e silenciosas
Nos jardins
Coloridos de primavera,
Agradeço.
Pelos casulos abertos
Cascas esquecidas
Prenúncio de belezas,
Como amêndoas,
Como nozes,
Seus sabores,
Suas delicias.
Pelos papéis amassados,
Guardando rabiscos
De poemas noturnos e belos.
Do lixo,
Desprezados projetos,
Desenhos de nova vida,
Rasgados,
Jamais lembrados
Pelas costuras
Em alinhavos,
Pelos ensaios desafinados.
As contusões.
Em saltos,
Em quase Voos
Contundentes ensaios.
Pelo feio,
Pelo malfeito e imperfeito
Por toda tentativa,
Agradeço
Pelo testemunho diário
De dores
A caixa de lenços que se entrega
e vazia, se finda
Pelas lágrimas que ajudo a verter
Enxugando-as.
Sou grata,
Pois benditas são as veias
Condutoras
Deste caudaloso fluir
Como é o sangue,
De vida
São águas em dores vertidas
Até escondidas
Silenciosas
Ou em catarse que limpa,
Tornando límpidos
O negro
Pesadas nuvens
A sombra
O avesso
Pelas lutas,
Pelos lutos,
Meus e daqueles
A quem assisto.
Lutos e lutas
Que antecedem
anunciam
e preparam
Toda beleza.
À vida,
Agradeço.
Susana Meirelles
Lindo!
ResponderExcluirparabéns ! lindo!
Excluirbeijos.
Eleuza
Adorei, Su!!! Tá lindo...bjos
ResponderExcluirSusana, quanta sensibilidade, quanta alma, quanta missão e destino iluminados pelo Amor! :-)
ResponderExcluirBeijos,
Oh Tania, como é imenso esse elogio vindo dessa sensibilidade fina, linda! Agradeço!
ExcluirSu como vc consegue transformar seu labor cotidiano em poesia, permeando de forma magistral toda uma gama de sentimentos, com a sua grande sensibilidade em ouvir, metabolizar, reorganizar e metamorfosear, devolvendo-nos em forma de emoção reflexiva, visível, palpável, quase concreta. Impressionante a intimidade que vc tem com sentimentos antagônicos, de como encaixar as palavras falando de emoções doloridas com a mesma doçura que escreve sobre o amor. É isso o que nos encanta.
ResponderExcluirAidil Andrade
Lindo Sú!!! Profundo e leve...
ResponderExcluirAgradeço poder desfrutar desta leitura, pra lá de prazeirosa.
ResponderExcluirEvoé!