terça-feira, 15 de julho de 2014

Por uma Canção Derradeira







Aceito o silencio que você impôs à nossa morada.
Vi seus gestos gastos 
e aqueles espaços
abismando nossos olhos.
Aceito tuas notas dissonantes,
nelas também há vida ,
pulsando 
melodiosa.
Aceito o silencio que você impôs à nossa morada.
rompo  os laços, as cordas
rasgo antigas partituras
De verde, ainda a saudade.
Há saudade,
brotando do árido solo
onde desabrochavam teus lírios
de beleza,
a nossa melodia do dia –a- dia..
Aceito o silencio que você impôs à nossa morada.
não digas nenhuma palavra
não quero ser salva.
pois além desta  solidão
deste rasgo no peito,
da dor de uma imensa paixão,
eu escuto o meu violino- coração,
que delicadamente canta
e o teu silencio, encanta
compondo só, nesse solo
nossa derradeira  canção.



Susana Meirelles 






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