Mais tarde me disseram que fui feita pelo amor. E eu imaginava amor, como se fosse vento: amor chega de mansinho ou intensamente. Vem e vai; faz barulho, silencia e está presente de muitas formas, mesmo quando não visto.
Ainda criança e observando tudo, conclui que pessoas, ventos e sentimentos têm diferentes tipos e intensidades. Aprendendo sobre eles, nomeava-os como podia: gente com cara de vento suave, gente com cara de vento forte, gente com cara de vento corajoso, gente com cara de vento medroso.
Cresci. Resolvi que, na vida, gostaria de entender as pessoas e seus sentimentos. E como se sobre isso, tudo já tivesse sido escrito, consultei livros de gente com cara de vento sério e escutei pessoas que circulavam em muitos lugares do mundo. Desejei também entender as muitas belezas do viver: o saber com suas ciências, a arte com seus encantos e a fé com seus mistérios. Mas, sem saber, ainda buscava entender aquilo que para mim continuava sendo um mistério: Como um vento pode tornar-se gente?.
Com o tempo, não através dos livros, descobri que nos tornamos gente quando podemos deixar no mundo uma palavra, que embora pequena, represente a nossa verdade. Quando nos permitimos descobrir e viver do nosso jeito - o melhor - por ser o nosso. Quando escolhemos caminhos e pessoas. Quando entendemos que só mudamos a nós próprios, e que isso já é muito porque há muitos mundos dentro do mundo, há muitas verdades dentro da verdade, assim como há tantos ventos, sentimentos e pessoas.
Tornamo-nos gente quando descobrimos que existem afinidades e diferenças, limites e potencialidades. Quando podemos olhar de frente a verdade, aceitando-a, sem nos conformarmos para podermos mudar. Somos gente quando podemos largar tudo e começar mais uma vez, com coragem e perseverança. Quando alcançamos a diferença – que é imensa - entre anular-se e ser solidário, entre medo e prudência, entre egoísmo e autoestima, entre rebeldia e transformação.
Com esforço, descobri que somos gente quando contamos o tempo com o nosso relógio interno, marcando as passagens da nossa vida. Somos incomparáveis e, quando encontramos o nosso lugar, compreendemos que há lugar para todos, como já compreendem as estrelas.
Vivendo, descobri que podemos ser semeadores da vida que desejamos ter, através da nossa ação no mundo,escolhendo atitudes que gere bons frutos, com novas sementes. Através da dor, notei que o sofrimento é como uma febre da nossa alma: indica algo que precisa ser mudado em nós. E sofrimento que se repete, revela que estamos falhando na mudança que precisa ser feita.
Eu entendi que a alegria é a saúde da alma e a saúde, a alegria do corpo.
Eu entendi que a alegria é a saúde da alma e a saúde, a alegria do corpo.
Tornamo-nos gente quando entendemos que a vida é um eterno presente. A vida é um presente que não tem fim: passado só existe no presente e futuro, que é presente continuado, se faz vivendo.
À medida que fui desvendando todo esse imenso segredo, o amor foi ficando cada vez mais presente, tão visível, tão colorido, tão concreto que, na minha vida, ganhou muitos corpos.
À medida que fui desvendando todo esse imenso segredo, o amor foi ficando cada vez mais presente, tão visível, tão colorido, tão concreto que, na minha vida, ganhou muitos corpos.
E tendo descoberto que viver poderia ser tão simples, entendi que há muito tempo eu era gente, tinha um corpo, mas podia ser leve como o vento que fui.
Percebi então, que voltei a ser vento quando passei a ser livre.
Susana Meirelles
Adorei, Su...lindo o blog, lindo o texto! Parabéns!! bjos
ResponderExcluirFátima Carneiro
Lindo, Su! Emocionei! Descobrir que viver é simples, às vezes, é tão complicado... Rs... Só mesmo p pessoas como vc que já nasceu sabendo que era vento :))) Beijos Rafa
ResponderExcluirQue lindo, Su! Parabéns!! Bju!
ResponderExcluirMaga
Maravilha. Parabéns! Siga a luz sucesso amiga!
ResponderExcluirLindo! Como tudo que você eswcreve!
ResponderExcluirtenho orgulho de você Conzinha.
Têca.
Minha linda escritora!
ResponderExcluirCada vez mais, suas letras misturam-se em matizes de cores e sentidos, que vão buscando e exteriorizando outros pensamentos e emoções contidas, e que se harmonizam para dar forma a um arco-íris de sentimentos com uma clareza estonteante.
Vão se abrindo fachos de luzes em que nos vemos e nos revelamos a nós mesmos, enquanto suas letras se descortinam, apresentam aspectos -como você refere- tão simples e que no entanto estavam indecifráveis para nosso entendimento.
Você tem o dom, que só é permitido aos poetas, de enquanto escrevem desnudam aos seus leitores, seus próprios sentimentos mais revestidos, dobrados cuidadosamente dentro de seus baús, mais bem guardados dentro do seu ser.
E nesse vagar pelos caminhos de letras, agora (re)arrumadas pelos "ventos" do seu poema, vamos nós também nos encontrando, nos compreendendo, e nos permitindo aprender como uma leve brisa, suavemente, um pouco mais sobre as cores do arco-íris, dos nossos próprios sentimentos.
Aidil Andrade
Aidil, muito obrigada por nos presentear com poesia que transborda do seu coração.
ExcluirSu, lindo!
ResponderExcluirTatiane Resende
que lindo!
ResponderExcluirAcabo de ler com os olhos mareados...
Marina Brito
Que linda, Marina!obrigada
ExcluirSu
ExcluirQue textos liiiiindos. Como um vendaval que sai levando tudo pela frente, fiquei sem palavras. Só com o desejo de ler,reler...
Com um presente de tanta luz, que o seu amanhã ,como continuação, seja um enorme clarão a nos iluminar com esse enorme dom que Deus te deu.
bjos
katia Duran
Este comentário foi removido pelo autor.
ExcluirQue lindo. Gosto muito de ler tudo seu!
ResponderExcluirFico feliz que vc goste de ler tudo meu. Muito obrigada!Quando entrar outra vez, deixe seu nome. Um beijo
ExcluirSUSSU, você é um vento doce que vem e traz um perfume suave de amor...é um vento que a gente quer ter sempre por perto, refrescando nossa alma, seja através do seu sorriso ou com suas sábias e delicadas palavras! Obrigada por existir e ser minha amiga!
ResponderExcluirMarcinha, Muito obrigada por suas palavras tão delicadas. Um beijo
ExcluirSussu, minha amiguinha querida, refrescante vento de alegria, embala nossas vidas com doces palavras que trazem alento e fé! Deus te dotou abençoando-lhe com a palavra poética, que Ele a cada dia ilumine o seu ser que contribui ventilando o universo! beijos. Rosana Rebouças
ResponderExcluirRó, muito obrigada!
ExcluirSu, vc Me emociona.
ResponderExcluirLindo texto!
ResponderExcluirGraça Soares
Sussú querida,
ResponderExcluirler seus textos me transporta para sua companhia, como se estivéssemos conversando, refletindo e por que não? Ouvindo sua risada tão gostosa e contagiante.
Sussú vento, Sussú brisa,
Um beijo!
Su: a poesia corre no sangue do vento! Lindo, lindo!
ResponderExcluirBeijos,