domingo, 16 de março de 2014

Absorta










Quanta sorte
É encontrar-te
Só e
Solto.
Absorto.
Aí eu só
sorvo-te
solta
e só
Sorvo-me
Sou
Tão absorta!
e Absorvo-te.



Susana Meirelles

Por Uma Alma











Eu até andei
cantando
certas canções.
E até andei
rabiscando
um certo olhar.
Sim, fui distraída
e quase traída,
entreguei-me
a braços
 e certos abraços...
Sorri, chorando.
E, chorando
uma alegria 
quase descobri.
Eu olhei
as pedras  bem de perto,
e as borboletas
que anunciavam a primavera.
Vi as estações e suas cores
e quando descobri  a chuva,
Vi um certo olhar.
Olhei nas poças
Reflexos e sonhos.
E quis rasgar
véus e correntes
porem, o  tempo,
quis segurar.
Eu vi toda a beleza
que as flores têm
e a nevoa transparente
numa noite de luar.
Eu quase chorei
diante do sol
nascendo
e me descobri, encantada
quase sendo.
Eu quis fazer um verso
para o meu reverso.
mas quando endureci
alguns me disseram
que do sofrimento
fui salva.
No entanto,  eu preferiria
ter vivido inteira,
pois, amando,
quase tive
uma alma.



Susana Meirelles